Há noites que se vestem de pesadelo.

A noite caiu

No céu, apenas nuvens carregadas de água…

Não tinha sequer uma estrela.

Os ventos corriam numa velocidade incrível,

Parecia-me estar dentro de um ciclone.

O coração batia num ritmo alucinado

Provocando no peito uma dor que a cada batida, se tornava mais forte.

A dor apertava o peito, o grito sufocava a alma e a chuva cai em tempestade violenta,

Os raios cortavam o céu com seus clarões como chicotadas.

Meus ossos estavam gelados, estava agoniada, angustiada,

Tomada de medo as portas batiam...

Os ventos nos fios provocam um assovio tenebroso,

O mar estava bravo e suas ondas rebentavam com uma violência estrondosa na beira do cais.

Em minhas mãos geladas girava as contas do terço em oração,

Lembrando dos que estavam pelas ruas sem guarida nesta noite tão fria,

Lembrando-me dos casebres pobres das vilas, com frestas nas madeiras,

Permaneci rezando até a tempestade parar.

Coloquei minha cabeça no travesseiro exausta adormeci.

Acordei aos prantos, me atormentaram os sonhos...

Voltei a rezar e retornei a dormir.

Mas pesadelos me fizeram despertar

Mais uma vez...

Lágrimas que escorreram pela face e

Molharem o travesseiro...

Novamente,adormeci,rezando...

Acordei com o corpo dolorido pelas chicotadas

Da tempestade da noite passada

Que se vestiu de pesadelo.

Marilda Corrêa
Enviado por Marilda Corrêa em 27/06/2010
Reeditado em 27/06/2010
Código do texto: T2343642
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.