Há noites que se vestem de pesadelo.
A noite caiu
No céu, apenas nuvens carregadas de água…
Não tinha sequer uma estrela.
Os ventos corriam numa velocidade incrível,
Parecia-me estar dentro de um ciclone.
O coração batia num ritmo alucinado
Provocando no peito uma dor que a cada batida, se tornava mais forte.
A dor apertava o peito, o grito sufocava a alma e a chuva cai em tempestade violenta,
Os raios cortavam o céu com seus clarões como chicotadas.
Meus ossos estavam gelados, estava agoniada, angustiada,
Tomada de medo as portas batiam...
Os ventos nos fios provocam um assovio tenebroso,
O mar estava bravo e suas ondas rebentavam com uma violência estrondosa na beira do cais.
Em minhas mãos geladas girava as contas do terço em oração,
Lembrando dos que estavam pelas ruas sem guarida nesta noite tão fria,
Lembrando-me dos casebres pobres das vilas, com frestas nas madeiras,
Permaneci rezando até a tempestade parar.
Coloquei minha cabeça no travesseiro exausta adormeci.
Acordei aos prantos, me atormentaram os sonhos...
Voltei a rezar e retornei a dormir.
Mas pesadelos me fizeram despertar
Mais uma vez...
Lágrimas que escorreram pela face e
Molharem o travesseiro...
Novamente,adormeci,rezando...
Acordei com o corpo dolorido pelas chicotadas
Da tempestade da noite passada
Que se vestiu de pesadelo.