Retrato
A natureza chora também essa saudade,
Solidária comigo nesta agonia,
Mandando a chuva acalmar essa tristeza,
Dos meus olhos que choram noite e dia.
Com a chuva que de pingo em pingo cai,
A água faz correnteza no chão,
Meus olhos também jorram água corrente,
Esfriando essa febril paixão.
Até a lua apareceu na noite escura,
Porém fria qual uma desnuda espada,
Ou minh´alma gelada de tristeza,
Pela partida da mulher amada.
Até um raio me entrou pela janela,
Iluminando a correnteza no terreiro,
Foi quando aqui dentro de casa,
Vi tua imagem refletir no aguaceiro.
Na claridade gerada por forte raio,
Fechei os olhos aqui na minha rede,
Foi quando lembrei do teu retrato,
Que guardo pendurado na parede.