QUASE FELICIDADE
Fazia sol nessa tarde.
Também fazia frio.
Vesti calça de moleton,
me enrolei de cobertor,
e dormi - sono pesado e bom -
apesar da ausência de amor,
imerso em dor e ócio,
em quase felicidade.
Fazia um mundo lá fora.
Também fazia desengano.
Investi num escasso sorriso,
acendi fogo no peito,
e repensei - pensamento impreciso -
de um tempo atrás, datado,
perdido em meu oceano,
navio que foi embora.
Fazia um programa na TV.
Também fazia ilusão.
Comi pão com mortadela,
desliguei o olhar perdido,
e poemei - poema surrealista -
num certo olhar, inspirado,
que ela sabe ser dela,
momento bom que retive.
- por JL Semeador, em 21/05/2010 -