Alma na palma da mão

Quanta alma vejo nesse olhar.

Desejo intenso de interpretar a vida,

De saber as leis que a regem.

Tanto quando cai a noite, tanto quando nasce o dia.

Saber reinventar a vida,

como um vaso de barro ainda úmido,

no toque sutil, na leveza dos dedos.

Quanta alma meu Deus, nesse tímido olhar.

Espera-se um sorriso da boca infantil,

os dedos pequeninos pressionam a palma da mão,

única expressão de raiva ou tristeza.

Uma criança que quer o mundo

e possui apenas um sorriso e uma lágrima

que guarda no peito com tamanho carinho,

que poucos percebem, que poucos aceitam.

É a vida que segue nesses olhos,

pontes que levam à vida, sonhos que levam à vida.

Era uma vez um menino que queria ser,

E de tanto querer, seus olhos como safira, brilharam.

Era tudo que se podia ver.

No escuro da noite, um pouco mais.

Seus olhos brilhantes, repletos de alma, refletiam:

um leve sorriso, e algumas lágrimas,

algumas poucas lágrimas que caiam.