A vida continua.

O tempo é um instante.

abre e fecha-se da noite para o dia.

E num estalar de dedos, a nuvem prateada

que caminhava devagar, vai se desmanchar

tornando o ar mais denso e carregado

Do céu a transformar-se, num colorido;

cinza azulado escuro, fulgura-se

com o brilho riscado dos relâmpagos

donde retumbaram os estrondos infernais do trovão.

O raio risca o céu e cai no asfalto.

Por detrás da vidraça da janela,

com barulho meu corpo estremece.

Os meus olhos se fascinam com o encanto

as lagrimas cristalinas que caem

escorrendo pela sarjeta dura e fria.

Velhos galhos das arvores retorcem o lenho

numa dançando numa magia frenética

vibrando ao embalo do vento.

As folhas desprendem-s e voam.

apenas voam!

A água, agora turva, rola veloz pela rua,

levando pedaços de vidas,

lambendo e levando toda a poeira

de lutas e esperanças perdidas,

agora simplesmente repousa o silencio

E depois da chuva a vida continua;

sob um sol que brilhará com todo esplendor.

Só eu fiquei.