Proteção de papelão...

Amigo, permita o tratamento,

não sou muito de visitas,

estou sempre em incomodação...

mas espere amigo,

NÃO ABRA A PORTA

minhas janelas estão cerradas,

papelão as protege de olhares lá de fora,

já me vou...

Bato a tua porta,

mas sinceramente, é com medo.

Carrego comigo, em mim,

tantos muitos segredos,

muitas fomes tem tambem meu coração,

e foi isso que me trouxe a ti,

a tua vibração,

essa sintonia que uni

em um só lugar os doentes

disso aí, essa depreciação

das coisas boas,

que pensamos serem nossas manias

ou robes...

não abra a porta

tem medo,

não ouça meu pensamento não,

carrego tantos segredos...

e o outro também,

o outro eu que não sei dizer quem é,

essas coisas de ilusão...

Mas que é a ilusão?

Vou escrever e pôr por baixo da porta,

mas não revele a ninguém, nem ao outro,

é que essa fome não tem fim,

não pode ter fim esse tipo te fome que tens...

Com ela que podes de achar,

nesse atormentado mar,

que dizem os medicos que temos,

existir em nós,

uma coisa que nos assola,

irmã ainda mais má

que e da solidão...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 16/04/2010
Reeditado em 16/04/2010
Código do texto: T2199771
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