Sintomática

Eu tive medo

e me escondi de tudo

peguei meu tesouro

escavei e fiz um labirinto

pus dez mil segredos

e tranquei meu peito...

Eu tenho medo

a ameaça está ameaçando,

e eu que andava voando

pisei no chão e fiz um sinal,

usei dez mil simbolos de liguas antigas

e novas,

ieroglifos informáticos

e uns que eu mesmo inventei...

pisei ali, me virei e andei de costas,

tudo vai para longe de mim,

todos,

todos que procuram me decifrar...

Eu carrego o medo

e tenho cuidado para ele não gritar,

se dói agudamente em algum lugar

disfaço gelidamente

e faço o silêncio se calar,

o vulcão jaz em erupição,

mas estas lágrimas

que queimam-me a alma

não são fortes o suficiente

para me delatar

a ponto de alguem me ver chorar...

O medo é escuro

e engraçado

mostra seus sinais

tremendo de frio sob ardente calor

ele me faz suar...

(Nossa! você não está bem...)

É hora de ir,

tenho que procurar

aquilo que algum dia eu tive

mesmo sem nem mesmo

sabe o que isso venha

a ser,

sem nem mesmo saber

do que eu possa me lembrar...

as vezes é tao medonho lembrar

Eu tenho medo, e o medo me tem a mim...

Não estou tão só em fim...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 15/04/2010
Reeditado em 16/04/2010
Código do texto: T2199527
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