O voar da ave invisível
Se pudesse te dizer agora
O que aqui se faz
Talvez eu pudesse amanhã até sorrir
Mas a loucura das coisas imperfeita me refaz
E as dores que nunca tive começo a sentir
São coisas que se passam por aí
Amigos desconhecidos no escuro estão
E eu se pudesse, mas não posso em milhares me dividir
Que agonia agora garra de rapina finca-se
Por aqui
As trevas da noite é minha solidão
E não tenho com quem com elas eu as possa dividir
Na minha mente tudo é tão claro
É fácil a solução
Mas não posso alcançar de outro modo fora esse
Não
A imaginação é loucura não queira nem saber
É droga que se experimenta e logo se morre por um milhão de vezes
E aquilo que um dia foste tu
Esquelético arquétipo dos teus sonhos é o que te compraz
E apenas isso é o que resta a ti
Sentir a dor que todo mundo para esse mundo traz
E toda dor é a dor que estar em ti
Nenhum sorriso, vaticino, conseguirás
Que fazes viver sem mim
Eu no colégio ninguém mais
O oceano é uma distancia que não se pode andar
Mas eu juro te prometo nunca me terás
Que fazes tu querer sem mim
Provar do mundo e não sangrar
Estou aqui a te olhar
Que pena nem disso vós sabeis
E eu então, como inexistindo, partido estou
Entre o ali e o acolá
Que posso eu fazer?
Para acordar
Para te acordar
Nos acordar
E te fazer me apagar, esse rabisco
Que fizeste, e que sou eu...
Ou é você
Rabiscada
Que me sonhou num sonho meu...
A realidade não deixa se pegar
E cada ato é uma pluma que voa longe
E dela apenas a lembrança foi que restou
E foi-se... Feito ave imagem de nuvens
De nuvens
Nuvens
Nu
Vens