O Campo de Sangue
Não são folhas: Espinhos pontiagudos
Junto ao campo esquecido da minh'alma...
São punhais, armas brancas, cortes mudos
Lírios, delírios, odores.
Campo em sangue, mutilação feroz!
Já o hálito matutino foi-se
Ofegante respiração, a voz
Do poeta lá se ouve.
Caem lírios, martírios, flor de palma
Sangue escorre espremido em cada estrofe
Caem tíbeos martírios, flor da alma
A poesia escarlate.
Já o sangue embebeda, rega a terra
Punhaladas retiram minha seiva...
Pois que sou cultivado em meio a guerra
De uma paz transbordante.
Eis que o sangue adubando está somente...
Nascerá a tão bela e mais formosa
Prateada, invencível flor lucente
Campo em sangue... semente...