Sempre pensei
Sempre pensei em viajar para a lua
Percorrer o mais profundo do universo
De onde eu tiraria toda a inspiração
para expor em meus versos, palavras.
Tentando enfim traduzir minha alma e meu corpo
Como em uma receita de bolo
Fazer a mistura perfeita.
Então corri, como uma maratonista
Crente de que lá chegaria
Fui aos quatro cantos do mundo
Percorri o globo em 1 minuto
Mas vi que era apenas uma miniatura.
Recorri ao fundo de meu inconsciente
Procurei por dias em jejum as respostas
Fiz promessas a deuses irreais
Chorei e chorei
Mas de nada adiantou.
Sempre pensei encontrar no outro
a resposta para meus medos
aquele meu lado perfeito
que preencheria a minha felicidade.
Então, mais uma vez,
refiz minha jornada
Fui do Saara ao Alasca
Morri de sede, fome e frio
E não encontrei nada.
Sempre pensei na existência da inocência
Que o mundo tivesse consciência
Da destruição que suas atitudes causariam
Mas os noticiários mostraram, durante dias,
que meu pensamento não passava de utopia
Um sonho de mulher adormecida e fora da realidade.
Já não me sinto como poeta
Sou apenas uma sonhadora
presa em suas verdades.
Enquanto meus pensamentos se esvaíam
A adormecida despertava
e aos poucos morria com fim da humanidade.
Que, com ela, levava o amor, a paz e compaixão
Deixando como resposta a latente individualidade.