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Minha matéria em nada traduz meu corpo
Minha estética em nada se relaciona a mim
Meu eu nem sempre fala
Minha voz em muito censurada,
ainda resgata um sopro de silencio

O silêncio me afasta de mim
O barulho me atormenta
Atormentada eu enlouqueço
a ponto de não me reconhecer
E minha loucura me enobrece
Sou uma subentendida rainha de mim
Em meu reino não existe normalidade
Pois assim o quero
Assim o faço

Tenho licença à passar e não passo
Sou totalmente o contrário do que espera
Relativamente o oposto do que deseja
Não tenho preocupações pietás
Nem assim o quero

Só quero por instinto animal
Mas o faço por razão
Na infusão do meu mundo confuso
compreendo que sou.