O temperamento das Pedras
As Rochas mais duras e,
A priori intransponíveis,
Fortes e até pontiagudas,
São limadas no abraço longo
Pelo Tempo,
Essa coisa mais que suave,
Que as transmudam em poeira das finas,
E leves...
Daí pode-se pensar...
Se nem a mais Bruta Pedra
Tem um lugar definido no mundo...
Mas, ao contrário do senso comum,
Está sempre em constante mudança,
A desejar dissipa-se,
De seu alto grau de energia,
Deve-lhe custar ficar
À mercê dos arroubos
Das Chuvas e dos Ventos
Que só lhes levam a conta gotas...
O que era mármore no escuro,
Agora é um quê de poáca sob o Sol,
Agora anseiam ser nuvens talvez,
Mas ainda não, ajuíza o Tempo...
Se com desde os cascalhos
Mais pisados e esquecidos,
Com as pedras mais rompantes
Com as rochas mais vulcânicas,
E com as e montanhas altas
Coisas fincadas por aí, é assim?
Que falar de nós,
De nós que somos mais que voláteis?