O temperamento das Pedras

As Rochas mais duras e,

A priori intransponíveis,

Fortes e até pontiagudas,

São limadas no abraço longo

Pelo Tempo,

Essa coisa mais que suave,

Que as transmudam em poeira das finas,

E leves...

Daí pode-se pensar...

Se nem a mais Bruta Pedra

Tem um lugar definido no mundo...

Mas, ao contrário do senso comum,

Está sempre em constante mudança,

A desejar dissipa-se,

De seu alto grau de energia,

Deve-lhe custar ficar

À mercê dos arroubos

Das Chuvas e dos Ventos

Que só lhes levam a conta gotas...

O que era mármore no escuro,

Agora é um quê de poáca sob o Sol,

Agora anseiam ser nuvens talvez,

Mas ainda não, ajuíza o Tempo...

Se com desde os cascalhos

Mais pisados e esquecidos,

Com as pedras mais rompantes

Com as rochas mais vulcânicas,

E com as e montanhas altas

Coisas fincadas por aí, é assim?

Que falar de nós,

De nós que somos mais que voláteis?

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 04/04/2010
Reeditado em 04/04/2010
Código do texto: T2176405
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