DE SEIS EM SEIS

Certa vez achei a criança chorando

Era tanta dor, era tanta vida, que me perdi

E no tropeço, em cada chão, me encantei

Com perdas, achados e sonhos; vida e vida!

No encanto, descobri, que tudo que me fazia era quase vil

Tive que achar, perder e me encantar: Descobri!

A criança, que era eu, chorava por perder o doce

O doce, que de tão doce, se perdia em amarguras

E se achava em caminhos aparentemente mais fáceis

Então me encantei como o doce, pra mim, estava sendo tão amargo

O doce, de fácil, estava me tomando arduamente

Perdi, quase achei e me encantei: Conheci!

De doces em doces me achei em máscaras levemente sofisticadas

Me perdia em fatos e ganhos cotidianos; nem sabia mais amar

Nem sabia mais saber, me ofusquei: me encantei pela dura realidade

Eu estava tentando me achar e só sabia e perder

Em verdades mascaradas e na brusca e encantada realidade figurada

Devia ter me perdido, as tive me achado e fui brevemente encantado

Na confusão que foi montada, nem sabia o que foi e o que era:

Eu me achava, me perdia, me encantava

E desvendava cada vez mais o âmago deste me eu

Simples e pobre objeto nas mãos do achados e perdidos

Fui encantado em cada novo ser que se acha em objetos:

O eu e o conhecimento (desmembramento) de cada novo perdido, achado e, às vezes

[encantado.

Na inconstante situação me achei com a única chave que desvendava todo o segredo

Me perdi tanto, me encantei tanto, que restou-se apenas o fim

Da chave que me levava ao outro e indefinido mundo

Ao mundo que nem tudo era sim ou não; era, apenas, e bastava!

A chave que me prendia a cada novo passo dado foi a minha solução

Achei, quando me perdia, o encanto do conhecimento e o fim da chave rotineira do meu

[fim!

Com tantos fins, eu paro e vejo a foto de minha total vida sofrida

No meio de tantas coisas eu me achava entre um deles; eu me perdia entre um deles; eu

[era um no meio de tantos!

Tudo era tão encantado que nem parecia real; a vida nem era real!

Uma pseudo-vida com pseudo-sonhos: era vivo e sem chances!

Quando eu parei e me achei na minha própria foto, tudo me pareceu terrivelmente

[passageiro.

Que nada era descoberto; nada era conhecido; tudo era aceitado!

Eu, agora, posso me achar e me perder e me encantar: eu posso descobrir e conhecer!

Pois, os seis, com toda a sorte, eu pude simplesmente me achar e desvendar os mistérios

[do meu consciente conhecimento!

iuRy
Enviado por iuRy em 15/08/2006
Reeditado em 29/09/2006
Código do texto: T216990