A mensagem diluída
Da árvore vai caindo
As folhas
E as raízes não têm
Mas as vontades
De mergulhar mais fundo...
O vento não incomoda mais,
Nenhum gesto para ajeitar
Os cabelos,
Nenhum desejo incontrolável
De adentrar nos interstícios do mundo...
Alguma coisa há de ter mudado,
Mas não me recordo de quê,
Os olhos acinzentados
Acimentados,
Talvez tenham em fim se adaptados
E percebido que há algo
Entre a alegria e o sofrer,
E... Sabe, o pior é não saber o quê...
Da cabeça cai os cabelos
O vento os leva
E os pés já não andam
O corpo pesa,
Olhos embranquecidos
Como papel sem valor
Sem memória
Eis a árvore já velha
Como se nela
Não existisse mais amor...