INFINITO...
Intervalo que deu vida,
A flor murcha revivida,
Aflorando o sonho inexistente.
O sol entenebrece,
A lua apenas uma pedra no poente
E nem o fogo aquece...
Tudo escuro, morrem astros,
Veleiros sem norte ou mastros,
O deus do mundo criou o inferno.
Os escombros enterraram toda a alegria.
Nem musas ou Valkirias soprarão poesia,
A morte atrai e tudo deslumbra...
Todo o beijo que a boca queimava,
Todo o amor que ao céu me elevava,
Do tsunami mais tenebroso são espuma.
Nunca mais ouvirei o som de teus passos,
Nem sonharei com o calor de teus braços,
Ou ouvirei a voz que me eleva...
Por tantas vidas encontrar-te sonhei,
Nesta apenas vazio encontrei,
Que Ishtar me salve de outra queda...
Que atravesses espaços sem fim,
Vivas um amor maior do que este que há em mim;
A Via Láctea é pequena perante o que te desejo...
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