Cuidas de mim Berenice?
Há tantos camelos espalhados nas calçadas,
Que as vezes a noite, me tiram o sono.
Quantos nós, presos na garganta, e os transeuntes
Dispersos nem sequer reparam.
Quais estrelas brilhantes refletem no lume
Todo o inconstante do meu ser,
Camelos de ancas estupidamente largas
Com seus cigarros acesos, procurando um
Novo horizonte.
E eu me sinto tão só Berenice,
Que careço de perguntar:
Em que curva, em que estrada deixei meu sorriso?
Em que ponte do destino, as coisas aconteceram
Tão profundamente egocêntricas?
Quero apenas teu colo.
Sem questões metafísicas ou carmas milenares.
Apenas teu colo.
Tenho medo, Bere. Tenho medo do homem e sua arrogância,
E suas mentiras, e suas verdades.
Quero apenas...
Ah!
Cuidas de mim.
Cuidas de mim Berenice.