Era um dia assim, domingo, talvez,
em que todas as horas trazem a indolência da madrugada.

Era dia de festa,
balões multicores, foguetórios e acenos da janela, brilho nos olhos,

Era tanta alegria para uma mocidade tardia,
o acontecer de sonhos envelhecidos,

Era, o que agora é,
pois intacta estava nossa propensão à fantasia, intocada a nossa loucura,

Porque toda loucura é ainda menina,
é a primeira de si sendo todas que jamais houveram,

É o renascer dos corpos em que cria o profeta,
a testemunha da alma a desdizer o asceta,

A beleza somente pode ser assim,
para quem te contempla despertar, sorrindo, num dia de domingo.


(abrir minha escrivaninha, e em meio aos meus textos que estão no início, ou em revisão, a maioria ao meio, ler tantos e tão belos, instigantes e verdadeiros comentarios, me deixa a sorrir. não tenho contibuído com a mesma dedicação para esta relação, falta-me tempo para ler e comentar os textos sempre lindos e intensos que escrevem, e me recuso a simplesmente entrar e deixar algumas palavras somente para marcar presença, quero ler e sentir o que li, e só assim, comentar. portanto, neste momento, só agradeço.)