O DESTINO DO POEMA

O destino do poema

é a incompreensão.

O poema, mesmo que se torne

marco importante na história,

ainda que vire mote,

referência ou lema,

cumprirá toda a sua existência

em solidão.

Nunca se lhe descobrirá o cerne;

assim caminhando até a sua morte.

O poema não exerce função.

Não lhe cabe mudar o mundo.

Fomentar revolução.

Consolar desiludidos.

O poema se faz inutilmente.

É a palavra presa na armadilha do verso.

É o entendimento impossível.

A ignorância total do eu perplexo.

A chave inexistente da porta de acesso

que conduz ao invisível.

- por JL Semeador, na madrugada de 21/02/2010 -

jlsantos
Enviado por jlsantos em 21/02/2010
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