NA MORADA DO ANJO NO REMANSO DO RIO
BUSQUEI MORADA
NOS ARREPENDIDOS DO RIO
ONDE O VENTO FAZIA A CURVA
EM POR SOBRE AS ÁGUAS,
FAZENDO BANZEIRO NO MEU REMANSO
SEMPRE MATIZADO PELAS CORES
MULTICORES DAS BORBOLETAS,
MORADA SUAVE DAS FADAS
QUIE BRINCAVAM DE CAVALGAR
AS LIBELULAS DE ASAS TRANSLUCIDAS
LÁ,NUMA SOLIDÃO QUASE IMENSA
TROCAVA IDÉIAS COM OS NEGROS D’ÁGUA
OU COM ALGUM BOTO VADIO
QUE ME CONTAVA HISTÓRIAS
DO CAIPORA E DO SACI PERERE
NEM O PAI DO MATO OU O CAIPORA
SE INCOMODAVAM DE FECHAR RODA
ENQUANTO A LUA PRATEAVA AS AREIAS.
UM DIA UMA BRISA VADIA FALOU-ME
QUE UMA DOUTORA DAS FLORES
IA ME BUSCAR PARA CONTAR
MINHAS HISTÓRIAS DA SOLIDÃO,
QUE FICARAM TODAS ESQUECIDAS
NO REMANSO DO RIO, ONDE MORAM
OS MEUS IRMÃOS MENORES.
QUANDO AS FLORES MURCHAREM
E AS DAMAS PARTIREM NAS CAMADAS DO VENTO
VOLTAREI PARA O MEU REMANDO DO RIO
ONDE SUAVES BRISAS ESTÃO ME ESPERANDO.