ideologias são castelos de sonhos
sonhados em eras de uma única
existência.

hoje vejo lindos meus
jovens sonhos,
e a matéria incandescente
em que me transformava.

cavaleiro andante, super-herói
vivendo para a vida e para os amores
que quando sofria, celebrava
quando caia, ria
quando perdia, recomeçava.

trago tanto este menino que ainda
creio que o sou, e me reconheço
num verde sonho alheio
numa utopia de novo nova.

somente quando observo a lágrima
ir-se ao nada é que sei que
o menino também se foi.

sem os sonhos, sem a criança
a dança parada
vou só, ao amor,
neste tempo feito do nada.