sinto falta de ver sorvete escorrendo por úmidos
lábios,
a cor de fruta esmaecida contrastando
em alvos dentes, a delícia do doce tornando
mais doce o sorriso.

 
quanta poesia - ah, agora a reencontrei!
neste momento, nestes olhos que devem
estar brincando de dizer coisas sérias,
e falando de luares, de mares, de pessoas,
de livros, de discos, de si...

 
somente quem fala de si mesmo tem o verdadeiro
conhecimento, sem ser intectualizado.

intelectual é ouvir Vinicius, é ouvir estrelas, é dar
ao corpo descanso e
a alma riso, é dar o corpo
e absorver
com a alma.
 
e depois de tanta filosofia andar em nuvens,
para melhor observar um anjo dormindo.