Estendo braços quebrados,
tentáculos que tentam roubar o oráculo,
um ritual conhecido e sempre imprevisto,
o sacrifício é teu ou meu?
 
Alimentar o fogo sacro da loucura,
minha procura pela presa devida,
contida, porque é a mim que
caço.
 
Faço do teu leite minha vida,
repetida fórmula de ruir a dor
quando a solidão é doída,
doida, musa,
anseio a tua paixão,
colo meu falo no teu colo
sugo o musgo da tua compreensão.
 
Isto é amor, ainda que a ninguém,
porque existo enquanto ter
espaço por me colocar,
espaço para romper.
 
Ninguém não sou, louco para
o amor que abusa, desta tua
entrega de musa.