Quem do amor duvida
nega a vida,
Assume o contorno negro
da desesperança,
Dança confusos passos em
franco conflito harmônico,
O corpo aflito, a alma postulante,
querendo e não sabendo,
possuindo e não indo,
À mercê do minuto sem procedência,
do desejo pela ausência.
 
O amor, como a poesia, não se faz
por si só,
Também a beleza é subjetiva ao olhar,
são trocas:
 
Do que busco e do que aceito,
do que inspiro e do que me seduz,
Daquilo que calo e o que ouço,
de tudo que chamo e não se reduz.
 
Quando me ofereço é porque me pertenço,
e sendo romântico e libertário,
Vou ao encontro do gosto diáfano da
paixão etérea, do amor lúbrico,
Da mulher que se resguarda, que guarda
seus anseios do sonhador.