O mundo perde as cores a cada dor
que gente sente,
o outono aproxima-se e as flores
ainda estão distantes,
as crianças gemem,
esquálidas, famintas, pedintes,
o migrante, homem-gabiru que o filósofo do caos
descobre como antítese do seu super-homem,
o céu escuro, onde a graúna voa solitária
para sua insólita batalha.
 
Estamos sangrando,
cada qual com sua ferida,
mas ainda lambemos as chagas
dos nossos inimigos,
solidários, como exige este tempo sem cor.