Estremeço ao impacto do silêncio
estarrecido com o tempo ido,
tempo de amor nascente e amada presente
ela que não volta,
que não cede os braços, os beijos, o coração, se faz toda voz e razão, solidão
determinada a respeitar o não sentimento,
o medo que todo momento exija entrega;
ela que se nega a aceitar o elo
estabelecido pela paixão,
pela admiração, pela compreensão.
Assim, fadado a seguir em fantasia
a mulher que quero e desejo,
que me desestrutura o sofrer mesmo
na caricia que espero e não vejo,
vou construindo meus sonhos, meus sentimentos,
como quem constrói estrelas
que despregam-se do firmamento.