se vamos ao embate
que sejam conhecidas as armas,
não quero ser surpreendido, num negro momento,
pela clareza de seus desejos.
 
optemos pela fria inobservância,
por pedaços de anseios, por completas negativas,
não quero ser entregue, exangue, como o cordeiro,
em sacrifício aos seus apelos.
 
clame por suas escudeiras, antes seus escudos,
trarei, eu, meus guerreiros,
malignos frutos de minha servidão, que somente
se proclama quando possuo.
 
esqueçamos que sob a armadura a pele é macia,
que onde rasga o punhal há o coração amante,
que a espada que penetra sua intima face
é o último reduto de minha cativa mente.
 
derrotemos o combate, percamos o desafio,
meu corpo é seu prazer, seu prazer é meu.
 
 
"não há plenitude na vitória,
pois toda vitória encerra em si uma derrota."
F. Niesztche