214 _ Verniz de ébano
Vozes de ébano
Em liberdade
Seio da áfrica
Chão sem maldade
Sorriso de prata
Dentes de marfim
Em rosto de ébano
Alegria sem fim
Virgem da noite
Na prata do luar
Vivendo liberdades
Sem tristeza a sonhar
Eis que de repente
O intruso aprece
Trazendo tristezas
E o céu se escurece
Se tornando cinzento
Ao ver tamanha dor
Ao ver atrocidades
Maldades e dissabor
Os filhos de ébano
Perdem a liberdade
Pranteiam a África
Terra da saudade
Por brancos ambiciosos
Levados a prisioneiros
Transportado a ferro
Em navios negreiros
Choram filhos de ébano
Morrem de banzos ou saudades
Perderam entes queridos
Perderam a liberdade
Filhos de ébano pardos ou negros
Pelos brancos escravizados
Trabalhando a chicote e ferro
Sem liberdade aprisionada
Presos em suas senzalas
Cantam melodias de dor
Com canto triste brejeiro
Meu coração trespassa de dor
Negros de almas brancas
Servindo brancos de almas negras
Em caminhos tão diferentes
Nessa luta traiçoeira.
Ainda são sobreviventes.
Kátia Pérola _ (Arquivos)
Kátia Claudino Caetano Pereira