eu sobrevivo do gosto mundano
do amor mundano
eu me ultrajo, rastejo
saio de mim porque não sou
entro em mim com asco
asno torpe vil
eu mesmo me dilacero
no toque doce que dou
nas ilusões que vendo
no amor que destruo
na saudade que fica
nos mundos desfeitos
nas dores causadas
nas casas sonhadas
jamais construídas
jamais habitadas
eu habito o ermo
o limbo
o inferno
eu mesmo sou dante e caronte
piso os dez círculos
e retorno ad eternum
eu sou poeta
não o maldito, o marginal
eu sou poeta
e minha maldição é esta.
do amor mundano
eu me ultrajo, rastejo
saio de mim porque não sou
entro em mim com asco
asno torpe vil
eu mesmo me dilacero
no toque doce que dou
nas ilusões que vendo
no amor que destruo
na saudade que fica
nos mundos desfeitos
nas dores causadas
nas casas sonhadas
jamais construídas
jamais habitadas
eu habito o ermo
o limbo
o inferno
eu mesmo sou dante e caronte
piso os dez círculos
e retorno ad eternum
eu sou poeta
não o maldito, o marginal
eu sou poeta
e minha maldição é esta.