Olho um olho que se isola,
Longe no tempo, extrapola
O que realmente desejo ser.
 
Como me ver tão fora de mim?
 
Assustado com o que fazer,
Com as respostas que darei,
Compromissos ambíguos que
Demarquei, intimidades expostas
Que desrespeitei.
 
Não posso me observar,
Deixo o caminho ao caminhar
O gosto ao paladar
O amor ao se dar
Nada sei antes de começar.
 
Tentarei, lembrar-me-ei minhas
Matas queridas, as cachoeiras
Descidas, os vôos de moto,
Os sons de um blues, os poemas
Líricos, os encontros oníricos.
 
Viajandando, é o estado que se
Encontram os românticos
Existenciais pós-modernos
Idealistas eternos.
 
Borboletando, é como ficam
As palavras desconexas que
Saem do peito sem motivo,
Até se encontrarem na verde
Folha, poema sem escolha.
 
Eu ando, mas só quando
Chegar é que saberei
Onde quis estar.