meu mundo podre
meu mundo ocre
meu mundo irreal
mancha o azul
mancha a paz
mancha a poesia
 
eu, o abjeto
completo de ignomínias
repleto de vileza
ácido pútrido
ogro ventrículo
 
eu falo calo repito
convenço, venço, destruo
eu sou assim
minha sina
minha beleza
minha vileza
 
mais uma vez desfiz
mais uma vez, eu quem quis
mais uma vez, outra vez
para sempre assim
 
me perco
te perco
recrio as dores
e sigo meu caminho
despedaçando as flores