MEMÓRIA E TEMPO
A poesia amarga
amarga a vida
confuso rosto
trato a trato
Tempo e memória
A poesia sangra
sangra a vida
imagem turva
lado a lado
memória e tempo
E, na dispersão das horas
está o poeta
entre mil palavras
boquiaberto
entre mil desejos
não sabe ao certo
entre mil amores
e se ficar quieto?
Deixará passar
palavras, desejos e amores
e não restará mais que o tempo
e a memória