Palavras
Na madrugada chuvas de palavras
Caem no telhado de minha alma,
Sobre a pequena e insegura cama
Gotejam sem cessar finas gotas
Abro a janela – há forte chuva!
Na confusão ruas são alagadas
As palavras inundam minha casa.
Na busca de um porto seguro
Transformo frágeis papéis de poesias
Em um seguro e forte barco,
Lápis e caneta transformam-se em remos.
Por rios de palavra navego
Temendo perder-me no meio da confusão
O naufrágio parece algo certo
Mas não naufrago, alimento-me com as letras,
Que se juntam e apegam-se umas as outras – palavras.
Não há calamidade, há poesia,
Palavras dançantes em cortejo,
Buscando atrair alguém
Que queira brincar de ser poeta.
Israel Goulart, 09/11/2009