O Nada é ser
O Nada não é nada, de fato.
Ele tem corpo e também chora,
Tem o seu valor real.
Às vezes, até parece normal,
Mas quando marginalizado
Seu coração se abate,
Sua vida se anula,
Seus sonhos se afogam
No oceano da desesperança.
Por vezes, tenta libertar-se
Das gaiolas da indiferença
E das algemas da solidão.
Sente-se como um doente isolado
Por ter uma doença altamente contagiosa;
Ou como um mendigo mal-cheiroso que pede esmola.
Tenhamos compaixão pela sua dor.
Perdemos todo nosso espírito filantrópico?
Será que em nós sobrou alguma gota
Da essência natural do amor?
Sejamos sábios para não sermos
Nada sem coisa nenhuma!
(Heterônimo - Colibri Lunar)