Bandeira ao vento

Garoto, a bandeira de tua rebeldia

Ondeia ao sabor do vento,

Sob o céu rosa pálido e azul quase inexistente

Da tarde clara e sem fim . . .

Garoto, vê-la assim desafiadora

Reporta-me ao tempo em que, também,

Empunhei minha bandeira contra o mundo,

Disparei, de olhos fechados, minha metralhadora

Cheia de mágoas contra todos . . .

Que devaneio! . . .

Minha bandeira quedou-se rota,

Minha metralhadora emudeceu,

E entreguei-me, vencido, ao inimigo . . .

Garoto, teu sonho acorda a lembrança

Quimérica de meus sonhos

Que jazem escombros

Nos calabouços do tempo . . .

Oliveira