ABSORTO

Meus sentimentos fluem

Na tinta da caneta

Difusando palavras mórbidas,

Desnudando meu ser sem órbita

Absorto em paixões medíocres,

Em meio a tempestades torpes,

No vão da caminhada triste.

De que vale as lágrimas

Se elas mancham o papel?

De que vale o apreço e o afeto

Se a apatia dos outros triunfa?

De que vale o bocejo

Se a insônia rasga a noite?

De que vale os dias

Se não se vive para amar?

E assim,

A caneta rabisca

Traçando nas linhas tortas

Meu inconsciente -

Consciente

Que é inquietantemente -

Quieto!

(Colibri Lunar - Heterônimo)