Assim viveu o poeta.

O poeta viajou num cometa estrelado

Lado a lado com a guerra e com a paz,

Guerra interior, paz superficial,

Não acreditava no bem nem no mal,

E o ódio era apenas estar isento de amor.

Bebeu água da fonte subiu ao cimo do monte

Contemplou a luta de Deus e o Diabo,

Nem vencido nem vencedor.

Só lutava pela paz e pelo amor.

Cantou para garimpeiros, ladrões, e mulheres da vida,

Não quis ser soldado, cabo, tenente e nem capitão,

Porque não queria ser sentinela, que nem cachorro olhando o portão.

Provou da erva dos sonhos, do pó, (Veneno da esperança).

Sonhou morar em outro planeta,

Ser metamorfose ambulante, sábio e pecador,

Teve apenas como arma, papel, caneta e o violão.

Da voz rouca, só ficou a lembrança,

Poeta, sonhador, cantador, filosofo e professor,

Maluco beleza com certeza.

Quase temente a Deus,

Nunca sonhou só,

Nunca viveu só

Morreu só

Só, mas quase em paz.

Dedico este humilde poema ao meu ídolo e guru,

Raul Seixas, precursor da Sociedade Alternativa,

Como um modo de vida mais justa e com mais liberdade.

Deu-me a oportunidade de conhecer os caminhos que

Libertaram-me da “indigência mental”

Alguns dias depois do fatídico 21 de agosto de 1989

Quando veio a falecer. (Raul Seixas morreu dentro do tempo

Por isso as suas idéias não criaram teias de aranha)