INEXISTENTE

Eras tudo que eu fosse, pensavas igual,

Tinhas todos os olhos que tive do mundo,

Foste fundo em meu poço; longínqua em meu céu;

Fui a nossa cabeça e foste meu pescoço...

Tinhas todos os sonhos que tive por nós;

Minha voz não soava sem ter o teu eco;

Florescias no canto em que eu fosse canteiro,

Também foste ponteiro quando fui relógio...

Sempre toda tão tudo, para ser verdade;

Até mesmo a saudade nas ausências breves

Foi um jogo na neve da tua estação...

Quando a mente acordou da fusão de sentidos,

Emergiu de minh´alma e rompeu tua cena,

Tive pena de alguém que jamais existiu...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 23/09/2009
Código do texto: T1827698
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