INEXISTENTE
Eras tudo que eu fosse, pensavas igual,
Tinhas todos os olhos que tive do mundo,
Foste fundo em meu poço; longínqua em meu céu;
Fui a nossa cabeça e foste meu pescoço...
Tinhas todos os sonhos que tive por nós;
Minha voz não soava sem ter o teu eco;
Florescias no canto em que eu fosse canteiro,
Também foste ponteiro quando fui relógio...
Sempre toda tão tudo, para ser verdade;
Até mesmo a saudade nas ausências breves
Foi um jogo na neve da tua estação...
Quando a mente acordou da fusão de sentidos,
Emergiu de minh´alma e rompeu tua cena,
Tive pena de alguém que jamais existiu...