QUANDO UM ANJO VAI BUSCAR UMA FLOR

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QUANDO UM ANJO VAI

BUSCAR UMA FLOR

(spóvoa- modinha para

quem busca uma dama)

Passastes por lá com vossos pezinhos de nuvens

nem vistes que era o lugar d'onde fadinhas e

duendes brincam nas tardes

mornas das praias e regatos

sem medo das areias mortas.

Como vós, são leves, diáfanos

com suas asas de libélulas

brilhantes como o brilhante

do vosso olhar.

"corredeiras das libélulas!”

Murmuram as falenas

dos tempos muito antigos;

" das areias moles e brancas!"

repetem negros d'água

e o saci pererê, atiçando a brasa do pito.

enquanto chamam o vento

com assobio dessa nação de visagens.

O vento chega ligeirinho martelando

as rochas, onde gravei vosso nome,

com o cinzel dos tempos,

no altar da eternidade.

Passastes faceira como as borboletas também o são;

Nem parastes nem dissestes nada.

Simplesmente voastes numa camada tênue do vento

prometendo que voltarás na garupa de um cavalo branco.

SSPóvoa
Enviado por SSPóvoa em 22/09/2009
Reeditado em 01/12/2012
Código do texto: T1824853
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