QUANDO UM ANJO VAI BUSCAR UMA FLOR
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QUANDO UM ANJO VAI
BUSCAR UMA FLOR
(spóvoa- modinha para
quem busca uma dama)
Passastes por lá com vossos pezinhos de nuvens
nem vistes que era o lugar d'onde fadinhas e
duendes brincam nas tardes
mornas das praias e regatos
sem medo das areias mortas.
Como vós, são leves, diáfanos
com suas asas de libélulas
brilhantes como o brilhante
do vosso olhar.
"corredeiras das libélulas!”
Murmuram as falenas
dos tempos muito antigos;
" das areias moles e brancas!"
repetem negros d'água
e o saci pererê, atiçando a brasa do pito.
enquanto chamam o vento
com assobio dessa nação de visagens.
O vento chega ligeirinho martelando
as rochas, onde gravei vosso nome,
com o cinzel dos tempos,
no altar da eternidade.
Passastes faceira como as borboletas também o são;
Nem parastes nem dissestes nada.
Simplesmente voastes numa camada tênue do vento
prometendo que voltarás na garupa de um cavalo branco.