DAS SAUDADES DE UM ANJO NA SOMBRA DE UM CAMBARÁ

O Patrão buenacho largou raios de sol

lá, duma varanda da estância do céu,

que desceu faceiro,peleando

p'ra romper a geada

que brincava de esconder

nas grimpas dos cambarás.

Matinada fria,

nestas terras da minha terra

d'onde o chegante mui triste,

canta suas milongas

para as prendas distantes

enquanto agarra no chimarrão

que lhe esquentara o corpo

bem cansado da peleja tanta.

Galopeando na garupa da madrugada

ela chegou mui linda e faceira

Bonita como que

Trazia a alegria nos olhos

vida nos lábios sorridentes,

ligeira como o minuano

varrendo os pampas.

Chegou na leveza dos sonhos bonitos,

nas brisas das coxilhas

onde a eternidade lamenta

pela falta dos guapos mui gaudérios

que partiram para a última peleada..

E quando chegou

nem pediu licença e nem viu

lágrimas caindo dos olhos

na face mui linda que escondia

as lembranças de ontem.

Daí foi chorar, solita,

pelo que ainda não chegou.

SSPóvoa
Enviado por SSPóvoa em 17/09/2009
Reeditado em 01/12/2012
Código do texto: T1816209
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