DAS SAUDADES DE UM ANJO NA SOMBRA DE UM CAMBARÁ
O Patrão buenacho largou raios de sol
lá, duma varanda da estância do céu,
que desceu faceiro,peleando
p'ra romper a geada
que brincava de esconder
nas grimpas dos cambarás.
Matinada fria,
nestas terras da minha terra
d'onde o chegante mui triste,
canta suas milongas
para as prendas distantes
enquanto agarra no chimarrão
que lhe esquentara o corpo
bem cansado da peleja tanta.
Galopeando na garupa da madrugada
ela chegou mui linda e faceira
Bonita como que
Trazia a alegria nos olhos
vida nos lábios sorridentes,
ligeira como o minuano
varrendo os pampas.
Chegou na leveza dos sonhos bonitos,
nas brisas das coxilhas
onde a eternidade lamenta
pela falta dos guapos mui gaudérios
que partiram para a última peleada..
E quando chegou
nem pediu licença e nem viu
lágrimas caindo dos olhos
na face mui linda que escondia
as lembranças de ontem.
Daí foi chorar, solita,
pelo que ainda não chegou.