CERCA ANTIGA DOS ANJOS E DAS FADAS

Pobre cerca das lembranças antigas;

moirões lavrados de encarnada aroeira

era o poleiro dos anjos, das fadas e sacis pereres

naqueles dias de histórias primeiras.

quantas vezes, anjos figurado criança

brincavam com os Elementais, aplaudidos

por falenas e borboletas que beijavam a humildade

das beijoqueiras Maria- flor que insistiam

em enfeitar a madeira orgulhosa do seu trabalho.

hoje e ela de saudade, só o que lhe restou

dos dias meninos quando servia

de esconde- esconde para a menina gitana

saída de fantásticas páginas das legendas hebraicas.

Pobre cerca de lembranças antigas;

hoje sentinela solitária entre flores do beijo,

murmurando para a eternidade pedindo

que voltem os anjos, as fadas, sacis e borboletas

que se esvaneceram quando não mais se ouviu

o martelar no rubro cobre cigano, que retinia

mundo afora:...raimundinha..! raimundinha...!

SSPóvoa
Enviado por SSPóvoa em 13/09/2009
Reeditado em 01/12/2012
Código do texto: T1808409
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