CERCA ANTIGA DOS ANJOS E DAS FADAS
Pobre cerca das lembranças antigas;
moirões lavrados de encarnada aroeira
era o poleiro dos anjos, das fadas e sacis pereres
naqueles dias de histórias primeiras.
quantas vezes, anjos figurado criança
brincavam com os Elementais, aplaudidos
por falenas e borboletas que beijavam a humildade
das beijoqueiras Maria- flor que insistiam
em enfeitar a madeira orgulhosa do seu trabalho.
hoje e ela de saudade, só o que lhe restou
dos dias meninos quando servia
de esconde- esconde para a menina gitana
saída de fantásticas páginas das legendas hebraicas.
Pobre cerca de lembranças antigas;
hoje sentinela solitária entre flores do beijo,
murmurando para a eternidade pedindo
que voltem os anjos, as fadas, sacis e borboletas
que se esvaneceram quando não mais se ouviu
o martelar no rubro cobre cigano, que retinia
mundo afora:...raimundinha..! raimundinha...!