SÓ MAIS UMA VEZ INGÊNUA
SÓ MAIS UMA VEZ INGÊNUA
Como é que se constrói um amor de verdade!
Como é que irei, novamente confiar?
Queria tanto flexionar minha inteligência.
Não parecer a mim mesma tão esperta.
Há que saudades da minha ingenuidade!
Do tempo em que a verdade não parecia mentira.
Hoje querendo acreditar, confiar, construir sonhos.
Mas em meus sonhos nunca estou só.
Estou sempre a depositar minha felicidade
Em mãos alheias que por vezes são terceirizadas.
Mas ele me atrai por vezes me prende.
E eu! Eu vou me soltando vagarosamente,
Emaranhada pelas teias de palavras que ele tece.
Pelos sorrisos imaginários que a ele retribuo.
Penso nele! E em mim, correndo das letras.
Atrás de seus carinhos descritos em tantas paginas.
Ele é só um sonho bom, um carinho virtual.
Que queria trazer para a realidade.
Mas um relâmpago vindo do nada,
Um clarão sobre os meus pensamentos
Um apagam na pagina já escrita.
E tudo some da minha frente.
Caio na real, ele é virtual, a tela apagou-se.
E ele se foi, deixando uma borracha.
Que magicamente deletou os escritos.
Descobri naquele momento que estava só,
Que não havia ninguém por perto
Nada que eu pudesse tocar com as mãos;
Nada que eu pudesse prender com um abraço;
Não havia ninguém eu estava só, o tempo todo só.
Restou apenas a teia tecida com as palavras
Na qual eu já estava presa.
Restou muito mais do que esperava
Os sorrisos imaginários, o carinho ali descrito.
Plantados em meu coração, regados com atenção,
Há como eu queria ser ingênua, só mais uma vez!