Saudade de você e minha terra
Saudade de você e minha terra
Sinto no amargo do cigarro o teu beijo suave,
Busco no meu sonho de arco-íris cor de rosa.
E vejo que nem sempre fui,
O que tu imagina.
Não sou seu anjo nem o que você pensa,
Nunca disse que servia,
Muito menos pra ser quem você ama.
Sou todo do avesso,
Junto e desunido,
Misturado e separado.
Como eu sempre quis,
Sempre fui e agora sou.
Fui eu quem criou essa máscara,
Abandonou a própria cria e família,
Largou casa e se desinteressou pela namoradinha.
Sente no amargo do cigarro o teu beijo suave,
Como nuvens de algodão,
Mas essa ilusão já não alimenta mais,
Muito pouco me sobra pra ganha pão.
Já te disse, não presto,
Eu não sou o que você sonha,
Então larga mão e me abandona,
Me deixa recomeçar.
Fui eu quem deixou de arar a terra,
Botou os pés na estrada e foi se desvencilhar,
Larguei família e amigas,
Minha enxada e inimigas,
Deixei a terra queimar.
Hoje me arrependo,
Quero teu cheiro de fumo e de cimento,
Da casa que te ajudei a fabricar.
Vim pra cidade querer poetizar,
Mas na maioria das almas eu já não podia tocar,
Ficava em casa em dia de chuva,
Com uma mulher que sempre foi esposa minha e filha tua
Meu deus porque larguei essa terra?
Só porque aqui não pude sentir tua altura.
Sinto falta dos dias,
Em que ajudava minha menina
A cuidar da família e das amigas.
Sou paulista por gosto,
Mas minha alma e meu corpo,
Aqui já não estão mais.
Sinto no amargo do cigarro teu beijo doce,
Que hoje já não sinto mais sabor,
E que às vezes tu se esquece de nós dois,
Se eu for voltar ai,
Meu deus o que hei de encontrar?
Será que a minha menina,
Ainda é minha...
Ou será que ela largou minha fantasia?