QUASE LAMENTO DE UM ANJO PARA UMA PRINCESA

Eu queria pegar o sol com as mãos

beijar os seios da madrugada

no decote do horizonte sem fim.

Sem fim ,também, é a minha solidão.

Busquei nas distancias o teu vulto amado

ou procurei ver nas flores

a fragilidade do teu corpo.

Cheguei a pensar que o sussurro da brisa

fosse a tua fala

ou que a água caminhando entre as pedras

pudesse ser o barulho dos teus pés.

Só encontrei a natureza brincando de me enganar.

Senti-me mais só que uma pedra nesta longa

estrada por onde tenho caminhado tanto

na procura quase sempre impossível.

A solidão tem o gosto amargo da derrota!

Até o vento brincou, naquela hora

acariciando o minhas asas cansadas;

e eu pensando que fossem as tuas mãos

fazendo carícias que nunca tivera,

brincando do amor que não cheguei a ter

envolvendo a vida que passa

pelos meus dias de espera

por nunca ter-te encontrado antes

Só ficou a saudade do viver que nunca vivi.

SSPóvoa
Enviado por SSPóvoa em 01/09/2009
Reeditado em 01/12/2012
Código do texto: T1787043
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