QUASE LAMENTO DE UM ANJO PARA UMA PRINCESA
Eu queria pegar o sol com as mãos
beijar os seios da madrugada
no decote do horizonte sem fim.
Sem fim ,também, é a minha solidão.
Busquei nas distancias o teu vulto amado
ou procurei ver nas flores
a fragilidade do teu corpo.
Cheguei a pensar que o sussurro da brisa
fosse a tua fala
ou que a água caminhando entre as pedras
pudesse ser o barulho dos teus pés.
Só encontrei a natureza brincando de me enganar.
Senti-me mais só que uma pedra nesta longa
estrada por onde tenho caminhado tanto
na procura quase sempre impossível.
A solidão tem o gosto amargo da derrota!
Até o vento brincou, naquela hora
acariciando o minhas asas cansadas;
e eu pensando que fossem as tuas mãos
fazendo carícias que nunca tivera,
brincando do amor que não cheguei a ter
envolvendo a vida que passa
pelos meus dias de espera
por nunca ter-te encontrado antes
Só ficou a saudade do viver que nunca vivi.