ANJO DE VOLTA PARA CASA
ANJO DE VOLTA
PARA CASA
Para que romper a aurora minha donzela
se, no meu dia chegado,
rosto algum eu verei
de dentro do meu mausoleo
Para que saber que o dia amanhece minha dama
se minhas noites são calmas
e amortecem minhas tragédias,
na voz de minhas últimas boemias
e das mulheres desregradas
à procura de vida
nos cabarés meio inóspitos.
Para que romper a aurora minha donzela
acompanhando esse sol antigo
se na verdade prazer, nenhum me propões,
estes só existem dentro de mim mesmo.
Prefiro, pois, acompanhar a noite
ao sons dos copos
e das raparigas sem destino
que nada me prometem
e tudo me tiram.
Prefiro acompanhar a noite minha dama
apenas com a leve percepção auditiva
fugindo nas vozes dos galos prematuros
e no uivar dos cães famintos.
Para que esperar a aurora minha donzela
se a vida palpita em meu corpo
Se o dia com certeza absoluta, virá sobre mim,
e maltratará os meus olhos;
e apagará , moça, minha alegria.