CÉU DE CREPOM

Apostei num fantasma de corpo presente,

No presente de grego que a vida me deu,

Minha mente caiu no alçapão afetivo

E perdeu a noção do sensato e concreto...

Agarrei-me ao cenário que o sonho montou,

Pois o chão esvaído me obrigou a isto,

Só restou mergulhar no vazio proposto

Pelo misto insondável de minhas quimeras...

Foste a causa não nobre que abracei de cego,

Já não nego a loucura daquela paixão

Que roubou a certeza de minhas vontades...

Abracei a mentira, beijei um papel,

Foste céu de crepom que afinal derreti;

um rapel que jamais achará terra firme...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 16/08/2009
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