POESIA NO CIO
A tua poesia no cio me chamou p’rum embate
Em si ela já não cabe
Vaza
Escorre pelas pernas
Da tua boca e poros escapam o poema
Dos teus seios vertem versos
As rimas lhe fartam em tons e sons como trovões rasgam-se
Explodem ferem...
A tua poesia no cio comigo tramou um amálgama
Se atou
Numa mistura sem cura que não se separa
Se fissura mas não larga
Rasga mas não desata. Marca. Suja-se como criança na terra
E não se limpa por mais e mais que se lave
O poema que se fez nesse embate é cria
Letras em enlace rimas em tramas e tranças
São frases que se tratam
E se tocam
Uma troca em êxtase. São versos que parem fincam e ficam
Rasgam e nascem crescem e partem
Como filhos, como arte