INVERNO NA POESIA
Esse ano,
ressalvado algum engano,
fez-se inverno na poesia.
Os versos,
esconderam-se,
todos,
nos covis da inspiração,
aguardando,
por certo,
o retorno do verão.
Os sonetos,
se surgem,
vêm encolhidos,
enrodilhados
em grossos cobertores.
As trovas,
essas então,
dão até pena,
rimas murchas,
como as flores,
que insistem em desabrochar.
Esse ano,
impossível encontrar
rimas na névoa.
Por todo lado,
poetas tiritando de frio,
insitindo,
apesar do lúgrube arrepio,
na faina de versejar.
Porém, inútil se faz o esforço,
pois, o máximo que se consegue
é um arremedo de poema,
disforme e breve,
que, mal nascido,
se desmancha no ar,
de tão leve.
- por JL Semeador, em 23/07/2009 -