SOLÚVEL EM SORRISOS
Eu não te amo.
Pelo menos não ao ponto
de dormir ao relento, na tua calçada,
arrebentado de vinho e de dor.
Não.
Não me passa a idéia de arrancar
do teu peito esse amor ancestral
que conduz teus olhos para uma leve tristeza,
que por ser tua, se torna linda.
Apenas sonho com momentos em
que possamos romper juntos
as teias envelhecidas
de sentimentos fragilizados.
Que venha o salto, o vôo, o mergulho.
Inventemos nós um novo sabor de beijo.
Oficializemos a teoria da irresponsabilidade cálida,
nos permitindo, nos deixando, nos querendo bem.
Seremos um problema solúvel em sorrisos
a ser bebido em horas clandestinas.