INCERTEZAS
Estou me certificando em incertezas.
Vivo assim no meio delas.
É claro que a luz quadrada do frio de algumas
incomodam-me quando se alojam na garganta.
Outras não. Ficam me vendo passar
sem saber bem se sou eu, ou se realmente estou.
Dia desses fiquei prestando atenção
nas cores das incertezas.
Gosto mais das cor-de-lua,
mas elas ficam cor-de-mar quando são tocadas.
Quando você beija uma incerteza
ela cheira a ano que vem.
Não sei bem ao certo, mas acho que hoje elas
entardeceram com a cor de amanhecer.
A mesma cor que eu respirei
quando seus olhos me abriram
depois daquele beijo.
Elas não estão aqui agora.
Mas antes de partir criaram um reboliço
de uma dúvida sua que você deixou para mim
passeando de gaivota no próximo ciclo.
Ficou só uma, que fica me misturando
no que começa em mágica e de repente é você.