MORTAIS APTIDÕES
 
Só um deus visita os infernos.
Jamais algum mergulhou na sua criação.
Mortais neles se jogam com vontade.
 
Escadas delicadas, paredes palavras mansas.
Inebriantes sorrisos de demônios feito príncipes.
O céu, engano...
 
Harmonia, enquanto o doce veneno morde.
Doces murmúrios - gritos públicos.
Antônimos, sopa de letras chamuscada...

Martírios? Areia substituindo claridade.
Tormento? Sadismo em manter a confusão.
Silêncios nus, ousadia entre as chamas.
 
Suplício? Desordem do pedido sem dádiva.
Fidalgos desfilando fraquezas imunes.
Jardins escondendo pedras espinhosas.
 
Mortais vontades ressuscitam brilhando.
Poder superior ao dos próprios deuses.
Permeadas pelo sol da lua nova.

Rosa DeSouza
Enviado por Rosa DeSouza em 29/06/2009
Reeditado em 29/06/2009
Código do texto: T1673635